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RESAR #4 – O Código DaVinci

Olá!
Sejam bem-vindos ao RESAR – Relação Entre Schias, Arte e Religião, a coluna que traz obras de arte e as analisa sob uma ótica cristã.
Você pode participar dando ideias nos comentários!

Calma, não joguem suas pedras. Me deixem falar.
O Código Da Vinci é o livro mais bem-sucedido de Dan Brown, e virou filme nas mãos de Ron Howard e Tom Hanks.
Na história vemos o Professor Robert Langdom se tornando suspeito de um assassinato no Louvre que tem toques de sadismo e misticismo. Langdom descobre que a pessoa assassinada deixou duas coisas: uma série de pistas para identificar seu assassino e uma neta, Sophie.
Sophie e Langdom começam a investigar as pistas dadas e chegam a uma trama que envolve um segredo que a Igreja Católica teria guardado, mas os integrantes do Priorado de Sião, descendentes dos Cavaleiros Templários, saberiam: que Jesus Cristo teve descendentes.
Considerando que Leonardo da Vinci teria sido membro do Priorado de Sião, se entende o título.
Claro que os membros do Priorado até tentariam ajudar Langdom, se todos não tivessem sido mortos anteriormente. Além disso, a polícia de Paris caça Langdom, e a Opus Dei, uma organização dentro da Igreja Católica, está envolvida com um homem que se identifica como “Mestre”, e que diz querer manter o segredo guardado se souber sua localização.

Não, não vou contar o final. Mas existe um grande motivo pelo qual o livro vendeu tão bem: a curiosidade pelo secreto, principalmente de uma organização milenar, no caso a Igreja Católica.
A ideia de que a Igreja teria guardado segredos fundamentais sobre a vida de Jesus Cristo fez com que muita gente procurasse a história e, a partir disso, a tomasse como verdade, buscando as provas nas obras de Leonardo da Vinci. Devo admitir que Dan Brown foi muito esperto ao pegar elementos e fatores já existentes para corroborar suas teorias fictícias.
Sim, elas são FICTÍCIAS.
Brown sempre declarou que sua história é um thriller baseado em elementos reais (as pintutas de daVinci, por exemplo), mas não fez questão de desanimar os empolgados. Livros e filmes surgiram na esteira, tentando continuar todas as teorias propostas. A Igreja Católica e, principalmente, a Opus Dei, se opuseram à produção do filme.
O filme mudou alguns aspectos importantes da trama. Por exemplo, enquanto no livro o membro da Opus Dei, Aringarosa, foi envolvido pelo “Mestre” em uma situação toda desagradável, no filme ele é colocado como mais um vilão manipulador do que uma pessoa que sofreu o efeito colateral de interesses gigantes.
Em compensação, o final do filme é um pouco mais aceitável como verdade. Principalmente sobre o destino de Sophie.

O Código daVinci não é o primeiro livro de Dan Brown, não é o primeiro com Robert Langdom e não é o primeiro a mexer com a Igreja. Anjos e Demônios cumpriu esses papeis, em uma trama dentro do próprio Vaticano e em locais históricos de Roma. Posteriomente, O Símbolo Perdido ainda mexeu com a Maçonaria, a sociedade secreta que gostou do resultado do livro e que tem a fama de ter até Padres entre seus membros.
Falaremos destes livros logo mais.
E vem a pergunta…

MAS E A RELIGIÃO?

A religião está em todo lugar em O Código DaVinci. TODO lugar. Todas as tramas a trazem, mas de forma equivocada, irresponsável.
A verdade é que Dan Brown criou um monstro neste sentido: uma obra que gerou polêmica e, a partir disso, uma proporção que nem ele poderia imaginar.

Vamos aos fatos: a Igreja Católica existe, e seus segredos também. Não estou dizendo que eles guardam os filhos de Jesus Cristo, mas o Terceiro Segredo de Nossa Senhora de Fátima, por exemplo, não foi revelado ainda.
Mas estes segredos significam que a Igreja não conta a verdade para seus fieis e para o mundo todo? Duvido. Toda sua base vem justamente do princípio de espalhar a Palavra de Deus, e que Palavra seria essa se viesse pela metade?
Dito isso, é bom falar da Opus Dei.

A Opus Dei foi fundada em 1928, na Espanha, mas foi aprovada pelo Papa Pio XII em 1950. A ideia da Opus Dei é aplicar a espiritualidade católica na vida diária, no exemplo com caridade e trabalho social.
Muito se falou sobre como se recruta pessoas para a Opus Dei, ou seu estilo de trabalho, mas fato é que é uma organização criticada principalmente pela punição dos pecados na carne.
Porém, nada a disso a coloca como uma organização maligna, mas simplesmente uma organização da Igreja Católica mais tradicionalista, mas com os mesmos fundamentos de toda a Igreja. É insensato colocar um de seus integrantes de alto escalão como um homem sem escrúpulos como é feito no filme.

O Priorado de Sião é um gruo que realmente existiu como uma fraternidade fundada na França. Pierre Plantard, criador da organização, criou a história de que a fraternidade era descendente dos Cavaleiros Templários, e que guardaria membros da dinastia Merovíngia para tomar todos os tronos da Europa.
Já os Cavaleiros Templários foram realmente um grupo ligado à Igreja Católica, fundado para dominar áreas importantes para a Igreja desde 1129. Por dominar lugares tão sagrados e com tantos tesouros, se criou a lenda de que guardiam relíquias como o Santo Graal. Sob ordem do Rei Phillip, o Papa Clemente V mando os Cavaleiros cessarem suas atividades. Alguns deles foram presos, torturados e queimados vivos.
Existem, de fato, grupos que continuam o trabalho dos Cavaleiros Templários, mas de forma secreta, sem divulgação de seus membros, localizações ou formas de operação. Estes grupos não existem para guardar segredos materiais, mas passam ensinamentos religiosos e continuam fieis à Igreja Católica.

Quanto a Jesus Cristo, vou reforçar: Código DaVinci é FICÇÃO. Ok? Ok.



Publicado por Vinícius Schiavini, Vinícius Schiavini é podcaster, blogueiro, professor, consultor, empresário, Ministro e mais 684 profissões.



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