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RESAR #8 – Let it Be

Olá!
Sejam bem-vindos ao RESAR – Relação Entre Schias, Arte e Religião, a coluna que traz obras de arte e as analisa sob uma ótica cristã.
Você pode participar dando ideias nos comentários!

Bom, nesta semana vamos falar de um dos clássicos do cancioneiro popular mundial: Let it Be, música que dá título ao álbum póstumo dos Beatles. Sim, póstumo, porque saiu depois do fim da banda, anunciado por Paul McCartney.
Composição do próprio, já foi diversas vezes regravada e… falemos a verdade: quem NUNCA ouviu Let it Be?!?

De qualquer forma, é bom falar que Let It Be tem muito a ver até com o clima que imperava na banda na época. Com Yoko a tiracolo, John Lennon não queria mais saber de gravar. George Harrison se sentia sabotado. Ringo Starr estava cansado de não excursionar mais. E Paul McCartney tentava manter o controle gerencial depois da morte do empresário Brian Epstein.
E então Paul teve a ideia de um álbum mais cru, sem orquestras, levando a banda a voltar a sua raiz. O título seria “Get Back” (Retorne), com a canção-título tendo o verso “Get back to where you once belong” (Volte para onde você veio), algo que seria para a banda e, claro, era uma mensagem de Paul para Yoko.
O projeto foi engavetado e só depois saiu para se tornar álbum. O título foi mudado, usando uma música que Paul McCartney compos justamente sobre momentos difíceis.

“Quando me encontro em momentos difíceis, Mãe Maria vem a mim dizendo palavras de sabedoria: Deixe estar.”

MAS E A RELIGIÃO?

É… não existe aqui.

Tá, no Catolicismo existe a figura de Maria, mãe de Jesus Cristo, que foi levada aos céus e ganhou diversos títulos ao redor do mundo: Nossa Senhora de Guadalupe, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora Desatadora de Nós, e assim vai. Uma figura importante, deve-se dizer.

Mas aí que está a puta falta de sacanagem de McCartney: a “Mãe Maria” não é esta Maria, mas sim… a mãe dele!

Na época das gravações do Álbum Branco, os Beatles estavam brigando muito, a ponto do disco ser visivelmente separado entre os 4. Neste momento de tensão, Paul sonhou com sua mãe, Mary McCartney, que lhe disse: “Tudo vai ficar bem. Deixe estar”.

O sonhou emocionou McCartney, já que Mary morreu quando Paul tinha 14 anos, antes mesmo de começar a tocar com John Lennon. Mary deixou sua mãe para morar com as tias e, aos 14, começou a estudar para se tornar enfermeira, indo trabalhar no Hospital Walton Road, em Liverpool, logo cuidando da enfermaria e, posteriormente, fazendo consultas nos domicílios, indo de bicicleta. Mas logo surgiu o câncer, decorrente de anos como fumante. No dia 31 de outubro de 1956, foi fazer um exame já deixando tudo pronto em sua casa, falando para sua cunhada: “Agora tudo está pronto caso eu não volte”.

Let it Be foi o resultado desta ligação que Paul sentiu no sonho com sua mãe, e logo trabalhou na música relatando sua confiança no que sua mãe disse. O projeto Get Back, do qual Let it Be faria parte, foi abandonado, e a música só saiu quando McCartney, percebendo que os Beatles não conseguiriam continuar juntos, anunciou o fim da banda com sua saída. Lennon e George Harrison acabaram lançando o projeto Get Back, mas com o título mudado para a faixa de maior impacto emocional: Let it Be.

Paul também homenageou a mãe batizando sua primeira filha de Mary.

Sem querer, Paul acabou homenageando com sua canção também um grande valor cristão: a força da família em nossas vidas e que, unidos, podemos superar as adversidades.



Publicado por Vinícius Schiavini, Vinícius Schiavini é podcaster, blogueiro, professor, consultor, empresário, Ministro e mais 684 profissões.



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