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A impressão em casa chega à maturidade

A Canon Selphy CP760 dispensa a ida ao laboratório, mas tem preço de impressão meio salgado...

A Canon Selphy CP760 dispensa a ida ao laboratório, mas tem preço de impressão meio salgado...

Que significa esse imaginativo nome, “Selphy“? Minha teoria é de que se trata de uma reinterpretação japonesa para a expressão inglesa “selfservice”. Afinal, esta impressora foi feita para indivíduos que não querem mais levar as suas fotos para “revelar” no tradicional laboratório do bairro. E qual é a motivação para alguém possuir em casa uma impressora dedicada para fotos? Considere que ela só imprime em tamanho de cartão postal (10 por 15 cm) e, embora seja pequena, não é portátil, pois não tem Bluetooth nem bateria embutida.

A resposta há de ser a total liberdade criativa: a chance de errar e tentar de novo até as cores ficarem perfeitas, no caso dos perfeccionistas que editam suas fotos no Photoshop; imprimir fotografias que você não gostaria que o laboratorista visse (sim, você entendeu); ou, mais inocentemente, criar um souvenir de família instantâneo durante a visita daquela sua avó que mora num lugar distante. Nada de prometer enviar depois a foto da avó por email e esquecer o assunto, ou enviá-la para outros parentes que não têm a mínima intimidade com computadores ou fotografia e jamais imprimirão a foto para ela.

O visual das fotos impressas pela Selphy é praticamente idêntico ao das fotos copiadas no laboratório, apesar de utilizarem tecnologias muito diferentes. Nesta impressora, a foto é produzida em quatro etapas: primeiro vai a tinta amarela, depois a magenta, depois a ciano e, por fim, uma película protetora à prova d’água, que isola a imagem de marcas de dedos e umidade. A foto fica praticamente indestrutível. Ao contrário das fotos de laboratório, que não podem ver umidade, as fotos da Selphy aguentam tranquilas um banho de torneira. Nem mesmo marcas de dedo ficam gravadas na superfície. Excelente!

Tanto a impressora quanto os acessórios são imaculadamente brancos; não lembram muito os produtos fotográficos da Canon, mas harmonizam com o ambiente de uma sala de estar ou escritório. Como o papel sai e retorna sucessivas vezes durante a impressão, o equipamento exige uns 10 centímetros de espaço livre atrás dele. Levando em conta o cassete de papel, tudo acaba ocupando uma área na mesa bem maior do que o tamanho da impressora sugere – quase o mesmo de uma impressora comum A4, mas longitudinalmente.

Na aresta frontal há três slots para cartões de memória, semelhantes aos que equipam a maioria dos PCs comuns. Os slots suportam os padrões Memory Stick (exclusivo da Sony), SD/MMC (o mais popular) e CompactFlash (típico de câmeras profissionais). Ficou de fora o padrão xD da Fujifilm e Olympus, a não ser que você saia à caça de um adaptador. Para usar, basta inserir a memória no slot; a partir daí, você pode navegar pelas fotos gravadas e selecionar as que serão impressas, utilizando os botões e o monitor LCD colorido de 64 mm no topo da impressora, como se ela fosse um quiosque de impressão digital. Lindo!

No lado esquerdo há duas portas USB. Uma vai para o computador e a outra serve para plugar uma câmera compatível com o protocolo PictBridge ou DPOF. Utilizando-se de um adaptador Bluetooth/USB, não fornecido com a Selphy, seria possível também baixar as fotos de seu celular ou de seu computador sem usar fios.

A impressão a partir da câmera é brincadeira de criança; bastou plugar a minha Panasonic Lumix DMC-FX100 e imprimir as fotos desejadas diretamente dela, sem necessidade de qualquer configuração prévia da câmera ou da impressora. O menu de opções na câmera permite ajustar o tamanho da imagem no papel e criar múltiplas cópias na mesma folha, ou múltiplas impressões da mesma foto. Impecável!
Tecnologia de sublimação

A tecnologia de impressão por sublimação térmica de pigmento (thermal dye sublimation), que funciona a seco, parecia ser candidata a dominar o mundo inteiro quando surgiu, pois a qualidade de cor e a textura são deslumbrantes. Mas as práticas e baratas impressoras jato de tinta (inkjet) continuaram sendo as mais populares. Porém, se seu interesse é especificamente fotografia, as inkjet saem perdendo na comparação visual, pois nelas é sempre visível a retícula de pontos coloridos, mesmo em resoluções extremamente altas, enquanto nas dye sublimation as tonalidades e cores fluem de maneira contínua e suave, exatamente como em uma foto copiada em papel fotográfico pelo laboratório. Além disso, a Canon promete durabilidade de 100 anos para cada foto guardada em álbum, o que não é pouco tempo.

Com resolução de 300 pixels por polegada, a dimensão efetiva da imagem impressa pela Selphy é de 2 megapixels. Imagens maiores são interpoladas para baixo. Todavia, tudo o que você consegue enxergar na tela do computador que não seja ruído aparece impresso; não parece haver nenhuma perda visual. As impressões são nítidas e completamente livres de serrilhados, halos de contorno ou outros defeitos digitais comuns. A única coisa é que as texturas parecem ligeiramente “alisadas”. As partes mais escuras da imagem tendem a “esfumar” muito sutilmente as partes vizinhas mais claras. Isso é uma característica desse tipo de impressão e não algo específico da Selphy.

O contraste tonal é excepcional: as áreas escuras ficam verdadeiramente escuras. É o contrário das impressoras inkjet, das quais as cores saem fortes e vivas, mas dificilmente os baixos-tons ficam tão intensos. O truque é que na Selphy é obrigatório o uso de um papel premium, brilhante e grosso. Além disso, a densidade do toner é absolutamente constante. O toner é depositado por uma película enrolada num carretel; por conta desse processo, não existe o problema de uma cor ficar mais fraca do que as outras com o tempo, como fatalmente acontece nas inkjet.

A fidelidade de cor também é impressionante. Não há surpresas ao converter a imagem da tela para o papel. Na nossa impressora de teste houve uma tendência, em comparação ao monitor bem calibrado, a puxar um pouco para o amarelo em tons claros e para o azul nos escuros. Mas esses desvios são tão pequenos que nem julgamos interessante editar as imagens a serem impressas. A Canon diz que a impressora também detecta rostos e ajusta a imagem de acordo; não percebemos, porém, que ela tenha mexido significativamente nas nossas fotos. Embora o papel entre e saia da impressora quatro vezes durante a impressão, o registro entre as passagens é impecável. O tempo de impressão fica em torno de 75 segundos por foto.
Software

O CD que acompanha o equipamento, compatível com Mac e Windows, instala separadamente o driver da impressora e os programas Image Browser e EOS Utility. Por conta disso, é preciso abri-lo duas vezes seguidas. O Image Browser é um programa que lembra o iPhoto, porém mais técnico. Ele permite alterar os parâmetros da imagem e imprimi-la, não sendo limitado às fotos da câmera. Os pontos negativos são o sistema de Ratings, incompatível com o do Adobe Bridge, e a visualização das imagens relativamente lenta. Prefira o iPhoto.

O EOS Utility é específico para quem possui uma câmera EOS (reflex da Canon) e tem duas funções: descarregar fotos e permitir a fotografia com a câmera controlada a partir do computador (Remote Shooting), excelente para um estúdio. Para quem não tem uma EOS e apenas quer imprimir fotos, porém, o programa fica sobrando.
Papel e toner

Enquanto o cartucho de tinta tem autonomia para 36 impressões, o papel exclusivo da Canon para a Selphy vem em pacotes de 18 folhas cada. Cada folha tem uma área básica de 10 por 15 cm, acrescida de áreas laterais picotáveis.

A Canon insiste veementemente que qualquer tipo de papel diferente do oficial não funciona e ainda pode estragar a impressora. Além disso, o toner é vendido em pacote com o papel. Tudo para desencorajar o uso de suprimentos não-oficiais.

Tivemos a ideia de arriscar um teste extra-oficial com um papel diferente e mais acessível: o Super Glossy 10Å~5cm de 270g da Pimaco, que vem em pacotes com dez folhas. A folha da Pimaco é um pouco mais curta que a da Canon, o que em si não é um problema, pois ela tem comprimento suficiente para toda a cobertura de tinta. Mas o papel é também largo demais. Ou, melhor dizendo, a folha da Canon é mais estreita. Apenas o suficiente para obrigar a refilar o papel com régua e estilete antes de utilizá-lo.

A Canon fornece o kit de papel e toner KP-108IP para 108 impressões. O preço está em torno de R$ 190, dependendo da loja, o que dá mais ou menos R$ 1,75 por foto. É mais caro que pegar suas fotos, colocá-las em um CD ou pen drive e ir até o laboratório fotográfico mais próximo? Sim. Mas quanto vale o conforto de imprimir suas fotos com uma qualidade incrível sem ter de sair de casa?

A Canon Selphy CP760 tem preço sugerido de R$ 320.

Mario Amaya

Fonte: Geek



Publicado por Pastor Claybom, pai apaixonado, nerd como marca de nascimento, geek por paixão, adorador por excelência. Enfim, um servo de Deus que tenta entender tudo o que Ele nos oferece no dia a dia.



Um Comentário para “A impressão em casa chega à maturidade”

  1. Bem útil. A até que não é tão caro.

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